Dividiram momentos de cumplicidade telepática. Os mesmos questionamentos, as mesmas dúvidas que nunca seriam indagadas. Ao chegar à estação final, combinaram passos que os deixavam lado a lado. Sequer uma troca de olhar. Ele não era nenhum pouco do tipo que ela dizia admirar. Ele nunca havia se aventurado em uma paquera tão cotidiana. Ela apertou o passo e teve esperança de vê-lo ao dar aquela olhadinha para trás. Ele já havia parado em outra marcação da plataforma do metrô. Ela continuou andando sorrindo sem ao menos saber do que achava graça. Ele continuou a leitura. Dessa vez, concentrado. Ela chegou em casa, tomou banho e jantou. Ele foi dormir pensando nela. No dia seguinte, tudo voltou ao normal. Podem se cruzar novamente por aí, mas não saberiam reconhecer um ao outro. Se olharam muito rápido, apenas no relance da careta do espirro. Foi uma situação inesquecível, mas efêmera como quase tudo desse dia-a-dia,como as pessoas que entram e saem dos vagões pela cidade...
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Registro de uma pseudo-paquera
Dividiram momentos de cumplicidade telepática. Os mesmos questionamentos, as mesmas dúvidas que nunca seriam indagadas. Ao chegar à estação final, combinaram passos que os deixavam lado a lado. Sequer uma troca de olhar. Ele não era nenhum pouco do tipo que ela dizia admirar. Ele nunca havia se aventurado em uma paquera tão cotidiana. Ela apertou o passo e teve esperança de vê-lo ao dar aquela olhadinha para trás. Ele já havia parado em outra marcação da plataforma do metrô. Ela continuou andando sorrindo sem ao menos saber do que achava graça. Ele continuou a leitura. Dessa vez, concentrado. Ela chegou em casa, tomou banho e jantou. Ele foi dormir pensando nela. No dia seguinte, tudo voltou ao normal. Podem se cruzar novamente por aí, mas não saberiam reconhecer um ao outro. Se olharam muito rápido, apenas no relance da careta do espirro. Foi uma situação inesquecível, mas efêmera como quase tudo desse dia-a-dia,como as pessoas que entram e saem dos vagões pela cidade...
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Um comentário:
Otimo, otimo. Ja escrevi algo no mesmo sentido. A efemera vida que nos leva a nao levar nada.
Abraço
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