quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ira

Vim de bom grado, quando
tudo que tinha eram migalhas
E cinzas de si mesmo
Agora
Escolhe pois o farol distante
Incerto
Agora
Do teu porto seguro escarneia
Pois será que não escarneio também de ti?
Teu farol distante,
É estúpida Torre de marfim!
Tão Quimerática quanto todos os teus débis sonhos infantis
Escarro-te a face
Seja lá qual for meu castigo
Antes ser o infame Iago que o tolo Othelo
Escarro-te a face
Empurro-te do cais
Arreda!
Vá buscar teu farol distante, tua cornucópia lúdica
Afoga na própria merda o teu espírito
Antes que veja teu edifício de luz
Estarei de mãos estendidas, olhos piedosos, esperando
que teus devaneios encham teus pulmões
Rompam teus tecidos, teus órgãos
E em agonia, só veja a minha face a chamar teu nome com ternura
E a minha voz carinhosa a dizer:
- Eu avisei.

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