segunda-feira, 20 de abril de 2009

Foi como sol irradiando a sala.


Ele era o mais discreto dos caras, e o que mais se fazia parecer.
Amoroso, sorridente. Contagiante, inteligente.
Os olhos transmitiam tudo o que poderíamos entender.
Suas mãos mostravam todo o talento, apesar do temor constante nas pernas em caminhar rápido demais. Mas acredito que seu coração sobrecarregava os pés.
Seu coração era grande, e tão, que todos podiam ver.
Altivo, descontraído. Humano, sujeito.
A voz pairava com louvor dentre a roda de amigos.
Seu perfume preenchiam os abraços apertados.
Ele vivia a constância da felicidade, recheada de fatos dolorosos que davam todo o sabor da vida apesar do gosto amargo das lágrimas.
Ele era demais pra mim.
E ele entendia isso.

Resolvemos nos beijar.
E não bastou um beijo pra entendermos o que era parecido com amor.
Eram nuvens de avelã.. Era seda cobrindo o medo de sentir saudade.
Eram pingos de chocolate. Era o inexplicável se explicando em segundos que nos adormeciam.
E foi só com o salgado gosto chegando aos lábios, que podemos entender.
Mas não era triste a solidão.
Olhamos ao lado e sentado junto a nós estava sempre o amor.
Cantarolando os sorrisos e tristezas que vivemos.
Era a vida nos soprando o viver.

Resolvemos dar as mãos.
E bastou alguns passos para entendermos como caminhar juntos.
Ele enrolava meus cabelos e soltava risadas.
Todos poderiam olhar, éramos alegres, como a cantoria de pássaros voando pra casa.
Mas o tempo não demorava mais a passar.
E nos faziam encurtar os passos, e alongar os caminhos.
Era o futuro aplicando o famoso destino.

Resolvemos sonhar.
E o sono nos pegou no meio de um sonho.
E bastou acordarmos.

Ele era demais pra mim.
E eu nunca entendi isso.